A situação para a Igreja na China teve uma piora desde o ano passado. O país subiu uma posição na Lista Mundial da Perseguição em 2023, passando do 17º para o 16º lugar.

Isso significa que mais cristãos estão sendo presos, torturados e hostilizados por causa de sua fé. O Partido Comunista da China (PCC) está se tornando cada vez mais totalitário.

Conforme os críticos, o intenso controle das pessoas por parte das autoridades através de monitoramento de alta tecnologia não passa de “medo de perder o poder político”. Sobre isso, o pastor Wang Yi, que foi preso por desafiar o governo chinês tem muito a dizer Pastor pediu que Xi Jinping se arrependesse

Wang foi preso em 9 de dezembro de 2018 por “incitar a subversão do poder do estado” e também por “operações comerciais ilegais”. Estes são os termos jurídicos utilizados para condenar o pastor por desafiar as leis que sufocam a fé cristã.

Na prática, o “crime” do pastor se resume em “ter sido líder de uma rede de igrejas domésticas”, ou seja, ele passou a ser uma ameaça às autoridades por expressar sua liberdade de religião e por organizar cultos de adoração e louvor a Deus.

O pastor chegou a pedir regularmente que Xi Jinping e o PCC se arrependessem de seus sermões. Ele até lançou a “Declaração para o Bem da Fé Cristã”, que mais de 400 pastores e líderes de igrejas domésticas chinesas assinaram com seus nomes verdadeiros ‘Critiquei as autoridades por amor’

Desde 2018, as únicas notícias que se têm do pastor Wang Yi se resumem a uma foto, três poemas e algumas palavras que ele conseguiu compartilhar no dia 9 de janeiro de 2020. 

“Se alguém me atacar, serei manso como um cordeiro. Mas se alguém atacar a Igreja, serei corajoso como um leão”, ele escreveu.

“Eu permaneço em silêncio se algo acontecer fora da vontade de Deus. Já critiquei as autoridades antes. Não foi por ódio, mas por amor. Quando faço comentários sobre autoridades, ninguém acredita que não haja ódio. Mas quando fui preso, me apresentei às autoridades. Foi aí que as pessoas souberam que era verdade, que eu criticava as autoridades por amor”, continuou. 

Preso e isolado

De acordo com a China Aid — organização cristã internacional de direitos humanos — os policiais chineses mantiveram o pastor numa solitária. Ele não pôde se encontrar nem conversar com nenhum outro prisioneiro, exceto dois criminosos condenados.

Os guardas da prisão deram a ele arroz mofado de 10 anos para comer. O hospital dentro da prisão usa remédios vencidos para tratar os presos e possui equipe médica sem qualquer certificação. 

Esses relatos preocupantes de junho de 2021 são as poucas informações que se têm sobre a situação do pastor. Sabe-se que sua esposa, Jiang Rong, conseguiu visitá-lo, em outubro do mesmo ano. Foi a única vez em que puderam se ver desde 2018. 

“Na época, o pastor Wang Yi estava saudável e os guardas permitiam que ele lesse em seu quarto”, explicou a organização. Não houve mais notícias do pastor, mas suas palavras continuam a encorajar a Igreja Perseguida.

“Não vamos nos esconder e nem ficaremos calados, pois fomos salvos para pregar o Evangelho”, disse o pastor que foi líder da igreja doméstica Early Rain.

“Nós temos algo a dizer, porque fomos salvos para declarar uma mensagem a este mundo. Enquanto estiver vivo, enquanto estiver caminhando nesta terra, meu propósito em tudo o que eu fizer será para declarar uma mensagem a este mundo”, disse enquanto era perseguido pelo governo comunista da China